quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Ninguém se importa com a EDUCAÇÃO!

Diante de uma realidade vivida pelos professores na cidade de Mirassol, deparei-me novamente com frases e comentários preconceituosos e difamatórios: "Professor é um bando de vagabundo, tem mais é que se ferrar"; "Não sei porque esse povo não escolhe outra profissão ao invés de ficar reclamando"; "Já sabiam quanto iam ganhar, então não têm o direito de reclamar". Visões essas que retratam bem a atual situação da educação em nosso país.
Jogados ao acaso e desmerecidos pela grande maioria, a educação e os educadores são vistos como "vagabundos que não gostam de trabalhar", como "inutilidade" diante de problemas maiores. Não digo que a educação seja o mais importante e mais necessário dos problemas a serem solucionados, mas está entre os principais e deveria ser tratada de forma diferente.
Os países desenvolvidos apresentam um patamar elevado em nível educacional e os investimentos nessa área são altíssimos. Enquanto aqui, coloca-se 40 alunos em uma sala de aula, com pouca infraestrutura e se espera "que a magia da educação aconteça".
Desculpem-me os críticos, mas a vida de seus filhos está nas mãos de funcionários que não são bem pagos, que tem dificuldades para pagar suas contas, pois ganham tão mal quanto muitos outros brasileiros.
Mudei-me recentemente para Campinas, tive que pagar minhas contas sozinha e descobri que meu salário é insuficiente para manter as contas básicas. Não digo aqui festas, agitações, mas sim aluguel, comida. Sim, professor não precisa ter carro para se locomover de uma escola a outra com zilhões de livros, nem precisa ter comida boa na mesa, aliás em muitos lugares, professor não merece nem mesmo comer o resto de comida dos alunos que seria jogado fora.
Analisando a visão que as pessoas têm da educação, acredito que o profissional dessa área não será valorizado tão cedo, pois realmente "não precisa de mais do que já tem".
Daqui 10 anos, voltemos a falar sobre esse assunto, aí sim veremos a que pé está a educação e, quando os bons desistirem de seguir essa profissão porque não dá dinheiro, nem mesmo os razoáveis vão querer ficar em um lugar em que se ganha menos de dois salários para se trabalhar com crianças e, além de educar intelectualmente, fazer o papel que antes era desempenhado pela família.

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